Identidade X

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Grandes corporações, mutantes e a humanidade despedaçada. Bem vindo ao Identidade X, um fórum de RPG interpretativo com elementos de ficção científica e fantasia.


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    Faith in Fate

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    Mensagem por Marcus Qua Jan 02, 2019 10:12 pm

    Faith in Fate Q5GTZt7
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    Mensagem por Marcus Qua Jan 09, 2019 11:49 pm

    Faith in Fate VyD8lXa

    02 de Agosto de 2066

    O mundo deixa de ser nebuloso e adquire nitidez. Os ruídos tornam-se barulhos audíveis, e os pulmões se enchem de ar novamente. A luz, entretanto, não se faz presente. Olha ao redor, e identifica apenas alguns mobiliários através de suas silhuetas. No canto direito da sala, levemente iluminado por conta da fresta da janela, nota uma mesa empoeirada com as gavetas entreabertas. Na outra extremidade, vê o que parece ser um armário embutido junto de uma pia com torneira. Não tinha certeza quanto à torneira, mas ouvia um gotejar constante naquela região. Ah, se pudesse fechar aquele mecanismo da maneira devida...

    Não, não poderia. Como faria aquilo com as mãos amarradas? Posicionadas através da cadeira que estava sentado, estavam sujas e grudentas, provavelmente por conta do sangue seco gerado pelo ferimentos nos pulsos. Estes, por sinal, continuavam ardendo muito, pois o material usado para amarrá-lo possuía uma superfície de milhares nós imperfeitos, similares aos que compõem uma corda. O mais estranho, porém ainda não havia sido notado. Quanto tempo levaria para perceber aquela que se revelaria a grande charada?


    Faith in Fate LzsBPge
    "Mas... O quê?"

    Percebe um mastro situado a dois metros de seu corpo, quase na região central da sala. Dele, saía uma corrente enferrujada que se ligava a... ele próprio? Sim, nota um barulho gerado pelo choque de superfícies metálicas quando mexe o pescoço. O que estava acontecendo?
    Presa ao seu pescoço, estava uma esfera metálica composta por diversos objetos pontiagudos que espetavam-no de forma dolorosa, porém não letal. Logo, conclui que aquele instrumento servia não para eliminar um alvo, mas sim para torturá-lo.


    Faith in Fate Ar1rAOe
    - Hm? – Uma tranca se abre. A porta é arrastada, o que ilumina um pouco mais a sala. Vaclav percebe tratar-se de um galpão. Um galpão... familiar. – Ah... V-Você.

    Ao tentar falar, sente uma dor imensa. Provavelmente estava prestes a ser interrogado, ou seja, a dor faria parte de seu cerne uma vez mais, mesmo que mantivesse todos os músculos do corpo imóveis.
    O barulho do salto incomoda mais do que o gotejar da pia. O lugar logo é inundado por um perfume que mesclava o doce e o cítrico... O exato correspondente à personalidade de sua usuária.


    Faith in Fate VG5OMUO
    - Vale tudo... para... ganhar t-território. – Geme de dor, respirando fundo para forçar-se a ignorá-la. – F-Fale de uma... vez...

    Tenta manter a cabeça altiva, mas o esforço gera tanta dor nos mais variados locais, que prefere recolher-se à sua atual insignificância e permanecer cabisbaixo.


    Faith in Fate 2Epj3Vd
    - O que quer... co-comigo... – Dizer aquele nome doía mais do que todo o resto. – Dominique Hughes?


    Última edição por Marcus em Qui Mar 21, 2019 9:11 pm, editado 2 vez(es)
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    Mensagem por DanyGSouza Seg Jan 21, 2019 12:54 am


    Faith in Fate Z1k69zJ





    Antes




    - Para o Bunker.



    O painel de bordo assumiu o controle automaticamente e guiava o automóvel através do sistema de GPS integrado. Olhou de soslaio para o seu acompanhante e não tinha como negar: Vaclav estava puto, tão puto que não conseguia soltar nenhuma das suas gracinhas estúpidas. Ele era irritante até mesmo calado ou era o seu ódio por ele que o fazia mais irritante ainda? Queria poder matá-lo ali mesmo, mas felizmente para ele, sua vida teria utilidade. Certamente Shooter pensava em mil maneiras de fugir dali, aproveitando-se do seu treinamento. Bem, ele teria uma eternidade pela frente para pensar, mas não seria naquele momento, pois a arma deixava de apontar para o tronco do agente para atingi-lo bem na cabeça com certa agressividade. Ele estava inconsciente. Talvez fosse melhor assim, ele não precisava saber para onde estava indo. Por mais três dias, Vaclav Blanchett era levado de um lugar para outro: vendado, amordaçado, encoleirado, algemado, acorrentado... Ele ia de um lugar para outro, tal qual um saco que precisava ser arrastado, um peso, um fardo. Era interrogado. Até que a saga recomeçava e o agente era movido de esconderijo. Ele nunca sabia onde era o verdadeiro “Bunker” – aquilo fazia parte do show.



    Agora




    Entrou. O som de seus passos ecoava pesado devido as botas estilo coturno que usava, pisava com vontade no chão fazendo com que ele soubesse que ela estava vindo. Sua silhueta surgia das sombras, felina. Usava uma calça do tipo skinny com acabamento em couro, porque gostava do efeito sexy que causava, destacava o seu corpo bem definido. A blusa preta era justa, possuía mangas curtas e mostrava a barriga, estilo cropped: valorizava bem seus seios avantajados. As mangas da blusa estavam escondidas por uma jaqueta de couro folgada, parecia grande demais para pertencer a ela. A gola era felpuda e num tom mais claro que o da jaqueta em si. Seus cabelos negros estavam soltos, caindo ligeiramente pelo ombro esquerdo. Suas mãos vinham displicentemente nos bolsos, finalizava o look com uma pequena bolsa lateral.



    - Hello, stranger.



    A voz melodiosa parecia cantarolar. Ele estava num estado deplorável, era visível. Mas era pouco, Vaclav precisava sofrer mais. Precisava sofrer tanto ou mais do que ela sofreu nesses quatro anos. Ele estava sentado numa cadeira nada confortável, com os braços presos pelo que parecia presilhas manuais. Em seu pescoço estava envolto um mecanismo de tecnologia diferente do usual pelos agentes da Matriz, e interligado a ele, outras amarras lhe prendiam os pulsos. Havia também nesse mecanismo uma esfera com a luz acionada na cor verde e ela não sabia se Shooter havia se dado conta do que era aquele artefato.



    - Dominique Hughes, Golden Girl. – Fez um cumprimento tal qual uma verdadeira britânica na terra da rainha. – Quer um autógrafo? Não? Uma pena, não é mesmo?



    Sorriu aquele seu irritante sorriso de gato. Seus olhos percorreram o local rapidamente, para então voltar-se para o decrépito ex agente da Primatech.



    - Reconhece? Não? Posso refrescar sua memória, numa boa! – Tal qual uma criança que ganhava um doce, Dominique gesticulava com animação. Sacou a pistola que sempre trazia consigo e apontou primeiro para onde a luz quase não existia. – Ali é a porta dupla de entrada, as trancas dela são manuais, sabe? Dá um pouco de trabalho para abrir e fechar e é pesada pra caramba! Ali... – Apontou para outro ponto do galpão. – Bem, havia mais luzes. – Contornou a cadeira onde Vaclav estava preso e posicionou-se por trás, apoiando seus braços nos ombros dele apontando displicentemente para a frente com a arma. – Aqui onde você está, Vaclav... Bem, é exatamente aonde ele estava quando eu o desamarrei, lembra? E foi bem ali onde você e Rosario Santiago surgiram. Ali foi onde eu a acertei com um gancho de esquerda e você riu igual ao babaca que é.



    Ela lembrava exatamente de cada detalhe, não era à toa ser possuidora de uma memória quase fotográfica. Deu a volta, ficando agora de frente para ele.



    - Isso mesmo, bom garoto! – Bateu palmas, antes mesmo que ele falasse qualquer coisa, supondo que a essa altura ele já tivesse noção do que estava acontecendo. Sentou-se no colo de Vaclav, de frente, porque precisava olhar nos olhos dele enquanto falava.



    - Você tá entendendo o que tá acontecendo aqui, querido? – Com a mão livre, acariciava o rosto de Vaclav como se ele fosse um bebê. – Sua carreira como agente da Primatech foi pro lixo e a sua vida está nas minhas mãos, literalmente. Vai contar tudo ou vou ter que apelar?



    Ela era Dominique Hughes. Ele tinha noção de que naquele momento em alguns pontos do Bunker haviam câmeras o monitorando e gravando tudo? Ela não era uma Hughes à toa.







    Última edição por DanyGSouza em Qua Mar 27, 2019 6:41 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Marcus Dom Fev 03, 2019 12:26 am

    Faith in Fate VyD8lXa

    Ao sentar em seu colo, Dominique é capaz de aumentar seu martírio. O peso de uma mulher esguia como ela transforma-se no equivalente a um pedregulho de uma tonelada. A dor aumenta ainda mais na região dos braços e do pescoço, o que faz com que a ferramenta de tortura perfure-o ainda mais. O sangue proveniente do novo ferimento escorre pelo seu peito como uma gota de suor num dia quente, lenta e incessante. Fecha os olhos, agonizando em silêncio, para depois olhar os orbes escuros de sua algoz. Por um momento, a dor dá lugar para surpresa; afinal, Dominique sempre teve a capacidade de realizar um ato tão moralmente questionável, ou tratava-se de uma mudança ocasionada pelos anos de perseguição da Primatech?


    Faith in Fate 2rON6DA
    "Sendo a segunda opção, posso considerar minha missão cumprida."

    Mais doloroso do que o posicionamento dos braços e do artefato preso em seu pescoço era o toque de Dominique. Quando se sente dor num nível tão agudo, que beira o insuportável, uma demonstração tímida de carinho, mesmo travestida de provocação, acaba por ser tão bem-vinda que chega até a doer. Seu corpo clamava pelo fim, fosse da tortura ou de sua vida (o que perecesse primeiro), mas Dominique claramente estenderia a sessão de horror por mais algum tempo.


    Faith in Fate CuV1byq
    - Entendi... Entendi do que s-se... trata... cough... – Tosse seco, sentindo em seguida um gosto metálico na boca. – V-Você quer saber... dos... dos...

    Mais uma tosse. Mais sangue. Vaclav estava prestes a sufocar em seu próprio fluído.


    Faith in Fate OVwCYXw
    - ... Arquitetos. Quer dizer que você... você acredita... n-neles? – Sorri, debochado. – Ah, goldie, goldie... Faz-me rir.

    E então, ele percebe. Algo que até então não lhe chamara a atenção, mas representava a grande ameaça naquele cenário todo. Foda-se Derrick Webb, Dominique Hughes, Primatech ou até mesmo a lenda urbana que os Arquitetos representavam. O que diabos aquele aparato estava fazendo em seu pescoço?


    Faith in Fate 8DxQpLr
    - D-Dominique... Esse... Essa coisa... cough... é ativada apenas quando... quando... – Respira fundo, enquanto o coração adquire batimentos mais rápidos e frequentes. Conhecia bem aquela ferramenta. Não possuía um botão de liga ou desliga; estava programada para ser ativada quando num corpo de mutante, e desativada quando a pulsação desse mesmo corpo cessasse. Simples assim. – N-Não... É... Isso é... Impossível...

    Não consegue mais puxar o ar. As pupilas dilatam, deixando as imagens turvas e fantasmagóricas. Nesse meio, Dominique transforma-se num borrão... Um borrão branco e brilhante, provavelmente os dentes que surgiam no sorriso que projetava assim que Vaclav percebe tudo.


    Faith in Fate QCLolyi
    - O que v-você fez, vagabunda?!


    Última edição por Marcus em Qui Mar 21, 2019 9:14 pm, editado 2 vez(es)
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    Mensagem por Marcus Ter Mar 12, 2019 10:03 pm

    Faith in Fate UC8FOTE


    Faith in Fate HXto7Cz
    - Não achei que seria tão fácil...

    Como é que conseguiu adentrar o local tão sorrateiramente? Dominique provavelmente arquitetara o rapto há meses... Deve ter pensado no instrumento de fuga, na situação, nos aliados, nos possíveis revezes, no esconderijo e nas medidas de segurança que permeavam todas essas etapas.

    Primeiramente, desativou a câmera da rua e a do prédio que sediava o galpão. Em seguida, fez o mesmo com o alarme que dispararia caso um intruso fosse detectado. Por fim, Derrick encerrou as atividades do captador de movimentos, para que seu alarme próprio não o denunciasse, e ignorou o dispositivo de temperatura. Levaria exatos cinco minutos para notificar a presença de uma terceira pessoa no lugar, e pretendia revelar-se à Dominique antes disso.


    Faith in Fate 2l2lPPs
    - Não sei se eu ainda te conheço muito bem, ou se você está ficando previsível. – Tenta omitir através de provocações o constrangimento que aquele reencontro gerava. – Já estivemos aqui... em outra vida.

    No minuto em que demonstra uma faceta familiar, Derrick omite qualquer emoção em seu semblante com um olhar indiferente. Gira nos calcanhares até absorver todos os elementos daquele cenário que outrora armazenava o pior de seus pesadelos. Durante esses quatro anos, viu-se nesse mesmo galpão inúmeras vezes e, em todas elas, era consumido pela escuridão. Como consequência, perdia Dominique para sempre.


    Faith in Fate RtjxKGm
    - Eu jamais conseguiria escrever essa cena, nem mesmo nos meus dias de maior inspiração. – Aproxima-se de Vaclav, ignorando propositalmente a presença de Dominique. – Se essa merda que chamamos de realidade fosse um livro, esse seria o clímax onde os mocinhos triunfam sob o vilão maquiavélico.

    Interrompe-se. Quem ali era o mocinho, afinal?


    Faith in Fate DGWWJpx
    - Pode ter certeza, Vaclav... Você ainda nos será útil. E odiará cada momento disso. – Sorri, escolhendo mais uma vez a provocação como fuga dos pensamentos profundos e duvidosos que invadiam sua cabeça.

    Evitou-a o máximo que pôde, mas aquilo era inevitável. Precisaria encará-la e dirigir a palavra a ela. Como é que olharia nos olhos de Dominique Hughes depois de quatro anos de um distanciamento que superava um mero afastamento? Até dois dias atrás, a jornalista pensava que Derrick estava morto! E, ainda que o mesmo se sentisse completamente desprovido de vida desde aquele fatídico dia em que escapou das garras de Rosario Santiago, estava vivo, para todos os efeitos. Independente de sua motivação, enganou Dominique – e não sabia se estava pronto para responder as perguntas ferinas que, sem dúvida, sairiam da boca da Golden Girl.


    Faith in Fate XTBqyIk
    - O que você pensa que está fazendo? – Diz, ainda de costas para Dominique. Encara-a em seguida, se esforçando para manter contato visual – Você devia ter seguido em frente. Eu me certifiquei de que nada mais aconteceria com você, Dominique. Por que continuou envolvida nisso? Por quê?!
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    Mensagem por DanyGSouza Qui Mar 14, 2019 12:47 am



    Faith in Fate Z1k69zJ





    Observava Vaclav com atenção sobrenatural, reparando em cada detalhe, desde sua feição exausta às gotas de suor que lhe escorriam pela face. Dominique gostaria que ele pudesse se enxergar pela visão dela – e talvez ele conseguisse, caso prestasse atenção nos orbes negros que ela ostentava. Um sorriso bem de leve se desenhou nos seus lábios quando ele finalmente se expressou.


    Faith in Fate DH03_zps9df2d563




    - Sim, querido. Os Arquitetos. Se você não tem o que me falar sobre eles não tem porque eu te manter vivo, não é mesmo?



    O sorriso que era leve foi se alargando até tomar a sua habitual forma conhecida como sorriso de gato. Levantou-se então do colo de Shooter, postando-se de pé e ainda de frente para a cadeira. Balançava displicentemente a mão que segurava a arma.


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    - Mu-tan-te. Era essa a palavra que você tava procurando no seu cérebro? É isso que você é agora Vaclav, um mutante. Qual será a sua capacidade? Quem sabe consegue se libertar sozinho e atirar em mim com os olhos? – Observou com certo desdém a manifestação apavorada de Vaclav ao se dar conta do artefato que lhe acorrentava. Teria gargalhado se não tivesse que manter a postura. Antes que o ex agente acordasse, ela havia injetado em sua corrente sanguínea um soro desenvolvido por Sedgewick que, uma vez acoplado ao seu DNA faria com que qualquer leitura e scanner em qualquer lugar do globo terrestre o identificasse como mutante, mesmo que na prática ele não desenvolva poder algum. Vaclav acabara de se tornar uma piada.


    Faith in Fate DH02_zpsf0a5e8b5



    – Você não se cansa de ser tão medíocre? Vaclav Blanchett, admirável agente da Primatech. Sempre tão orgulhoso de ser um pau mandado, de fazer o serviço sujo. Você nunca se questionou sobre o que fez por todo esse tempo? Essa é a razão da sua existência? Servir e servir?



    Colocou a perna direita no assento da cadeira, apoiando sua bota pesada entre as pernas de Shooter. Debruçou um pouco seu corpo e apoiou então o braço na perna. O olhava nos olhos só para ter certeza de que ele estava entendendo.


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    - Vamos, Shooter. Não me decepciona, vai. Eu acredito que lá no fundo da sua existência miserável você deve ter um objetivo de vida, princípios e ideais pelos quais lutar.



    Eis então que é interrompida pela entrada súbita de uma terceira pessoa no lugar – coisa que ela não havia planejado. Com tamanha habilidade, só podia ser mesmo ele o ser humano capaz de adentrar o bunker sem que fizesse soar o alarme. Aquele fato lhe irritava ao ponto de querer dar um soco no próprio rosto, pois significava apenas uma coisa: ela falhara. Se ele a encontrou no bunker, ela falhara em manter a operação oculta. No rosto da Golden Girl era possível notar o ódio que lhe tomava todo o seu ser a medida que Derrick falava, mas seu olhar era direcionado unicamente para Vaclav – ela seria capaz de matar Vaclav só com o olhar tamanho era o ódio com a qual ela o fuzilava.



    - Bem, se você não tem utilidade para falar sobre os Arquitetos, sua existência medíocre pode ser útil para outra coisa. – Colocou certa força na perna que estava apoiada na cadeira e tamanha era sua ira, a empurrou. A cadeira inclinou-se para trás, caindo em seguida fazendo ecoar no bunker um som pesado e grave. Pouco se importou com a integridade de Vaclav. – Fica aí pensando nas suas escolhas...



    Afastou-se um pouco de onde estava o ex agente caído e voltou suas atenções para o verdadeiro alvo de sua fúria: Derrick Webb. Ele estava de costas, mas tentando virar a cabeça para se dirigir a ela. Sem problemas, se ele não conseguia encará-la totalmente, ela se posicionaria de frente para ele para que ficasse em pleno campo de visão dele. A mão que antes segurava a arma de forma displicente agora apontava-lhe o coração – embora soubesse que aquilo seria inútil contra ele, era a forma que ela tinha para extravasar.


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    -  Me dá uma boa razão pra eu não te matar com minhas próprias mãos, Derrick Webb. – Tentava soar indiferente, mas não conseguia esconder o misto de ódio e frustração. Você se certificou? Eu pedi alguma coisa pro macho alfa, por acaso? O que você pensa que está fazendo, como ousa dar as caras depois de tudo?



    Queria desabar em lágrimas de ódio, mas segurou a onda. Não iria se dar ao luxo de fraquejar na frente dele, ele não merecia.


    Faith in Fate The_dark_knight_rises_1080p_kissthemgoodbye_net_0378_zpseac49874



    - Já tripudiou o suficiente em cima de mim, Webb. Faz um favor? Volta lá pro teu túmulo e se faz de morto.




    Última edição por DanyGSouza em Qua Mar 27, 2019 6:41 pm, editado 1 vez(es)
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    Mensagem por Marcus Sáb Mar 16, 2019 1:43 am

    Faith in Fate UC8FOTE

    A ira que outrora era direcionada apenas a Vaclav agora voltava-se contra si. Derrick poderia investir todo o tempo do mundo para explicar o porquê de ter feito o que fez, enumerar todas as razões com justificativas plausíveis e se expor de uma forma fragilizada... Nada disso adiantaria. Aquilo ainda não era digerível para Dominique, e talvez nunca seria. Entretanto, tinham uma causa maior para lutar, e a jornalista fazia questão de estar envolvida naquilo. Logo, via-se obrigado a, uma vez mais, contar com a ajuda dela.


    Faith in Fate HAdwr9g
    - Ei, ei... Provavelmente eu mereço ouvir tudo isso. E, por mais que eu queira ter nosso amigo Vaclav como espectador da briga do século, estamos sem tempo pra essa merda. – Fita Dominique com uma expressão de súplica. Do alto de sua própria compreensão, tentava fazê-la compreender. – Lá fora, por favor?

    Se esperasse, provavelmente ouviria algo como não irei a lugar nenhum com você, logo opta por dar as costas e seguir para a parte externa do galpão. O que estava prestes a ser discutido não podia contemplar ninguém mais, a não ser Dominique.
    Uma vez fora, olha para as duas extremidades da rua, não por desconfiar que fora seguido, e sim porque ter se acostumado a sempre agir com cautela e temer a própria sombra. Cruza os braços e respira profundamente, soltando o ar pela boca num sopro impaciente.


    Faith in Fate U7xc8FE
    - Não torne tudo isso mais difícil do que já é. – Levanta as mãos, como um criminoso encurralado mostrando que não estava armado. – Posso contar com sua bandeira branca, Dominique? Mesmo que a mantenha hasteada por míseros dez minutos.

    Mordisca o lábio inferior, preparando-se para aquela explicação confusa e contraditória que estava prestes a conceder. Olhava para Dominique como se estivesse num pedestal, segurando um martelo de madeira que logo se chocaria contra o gongo que definiria sua culpa ou inocência. Como é que ela ainda conseguia causar aquele efeito nele, depois de tanto tempo?


    Faith in Fate AnHPmVl
    - Os Arquitetos, Dominique. Eles estão por trás de tudo. Não estou me referindo aos últimos dois ou três anos... – Meneia a cabeça negativamente. – Sei que é difícil de acreditar, mas eles estão presentes desde o início dos tempos. O fogo só se fez presente na vida do homem neandertal porque eles permitiram.

    O que ele estava querendo dizer? Que um grupo de homens conspiratórios manipulava a humanidade desde a gênese do mundo, permitindo ou proibindo determinados desdobramentos da história de acordo com o que consideravam certo?
    Sim, exatamente.


    Faith in Fate VHJBXT8
    - Ter o Vaclav em nossas mãos agora é um grande trunfo, pois ele sempre esteve envolvido com os Arquitetos. Mas o alcance deles é muito maior, Dominique. Eles precisam controlar tudo e todos, principalmente no que diz respeito ao compartilhamento de informações. E eu só pude descobrir tudo isso graças ao primeiro membro dessa organização maldita que cruzou meu caminho...

    Encara Dominique com uma expressão dura, como se fosse esculpida em pedra.


    Faith in Fate GTJu00O
    - Richard Styles.
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    Mensagem por DanyGSouza Ter Mar 26, 2019 6:04 pm




    Faith in Fate Z1k69zJ





    Seus grandes orbes negros o fitavam ainda cheios de um ódio mortal. Ficou a observá-lo por alguns instantes enquanto o mesmo praticamente implorava para que conversassem lá fora. Não podia deixar de notar o seu semblante ligeiramente envelhecido e cansado – ela diria que não era um cansaço físico, mas o conhecia o suficiente para saber que ele demonstrava um cansaço psicológico. Saber quem era Derrick Webb, seus trejeitos, suas reações não o eximiam de qualquer culpa no cartório: ela havia sido feita de idiota por quatro anos. De repente, tudo o que acreditava e lutava se tornava uma contradição.




    - ...


    Nada falou no momento, já do lado de fora do bunker. Apenas o olhava com seu olhar de gato, como se o estivesse julgando – e de fato estava. Despe a jaqueta e a joga na direção de Derrick com certa indiferença.


    Faith in Fate DH03_zps9df2d563




    - Talvez você queira ficar com ela, pra lembrar de quem você costumava ser.
    - Não saberia dizer se ele reconheceria, mas ele usara aquela vestimenta quando havia sido preso pela Primatech. Sem muitas burocracias, ela conseguira recuperar seus itens pessoais da prisão na Matriz após sua declarada morte. Continuar usando só a fazia se sentir mais próxima dele. Encostou-se então na parede, enquanto ele continuava a falar sem romper o contato visual.


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    - Como você ousa aparecer aqui após todo esse tempo e agir como se fôssemos aliados? Quem você pensa que é, Derrick Webb? Eu vi a explosão, eu chorei sua morte. Eu te fiz um túmulo. A resistência te transformou num mártir! E o que você estava fazendo nesses quatro anos?
    – A voz de Dominique soava baixa e pausada, porém afiada, ferina. Machucava de tão suave e melodiosa. Por mais que seu olhar demonstrasse indignação e ódio, ela tinha uma voz quase impassível.
    – Esteve rindo de nós pelas costas. Jogou os meus sentimentos por você no lixo. Me enganou, me traiu. Pior que isso... Você os matou, Derrick. Quantos de nós está na sua conta, Citizen?



    Ao pronunciar a palavra “Citizen” ela deixa transparecer o asco que sentia pelo que ele havia se tornado. Após se dar conta de que enfatizara a palavra “nós”, respirou fundo e perguntou aquilo que tanto lhe martelava os pensamentos nos últimos dias.


    Faith in Fate The_dark_knight_rises_1080p_kissthemgoodbye_net_0367_zpsc24fbed0




    - Como você me reconheceu naquele momento?
    – Semicerrou os olhos, adotando agora a posição que mais lhe deixava confortável numa conversa: a de inquisidora, felina, investigativa. Referia-se a operação de resgate de Jacob Palmer. Em outros tempos aquela conversa exigira mais de seu charme, mas não era mais um jogo e algo lhe chamava a atenção para a urgência, pois ele havia mencionado um nome que ela não ouvia há muito tempo e que lhe fazia voltar no tempo por alguns anos.


    Faith in Fate The_dark_knight_rises_1080p_kissthemgoodbye_net_0378_zpseac49874




    - Richard Styles. Vai me dizer que ele tá vivo também? Que ele vai surgir do nada e aparecer aqui no Bunker pra me dar uma bronca? É só o que falta me acontecer agora, de repente os mortos saem andando por aí, parece um pesadelo!
    – Sim, ela gesticulava, pois estava irritada com tudo aquilo, apesar de gritar baixo. Queria colocar as mãos naquele pescoço e sufoca-lo até certificar-se que ele não mais respirava. Por fim, bufou após respirar fundo e pediu que ele a acompanhasse de volta ao interior do Bunker, mas não para as dependências do galpão onde se encontrava Vaclav e sim para o primeiro andar onde havia uma sala privada com poltronas e uma lareira. Em cima da mesinha uma pasta com documentos. Nas paredes, haviam alguns quadros decorativos em meio de quadros cheios de linhas do tempo e imagens que pareciam desconexas. Havia também um bar em um dos cantos da mesa, com algumas bebidas. Pegou o whisky mais forte que havia e serviu em dois copos, entregou um a ele e sentou-se na sua habitual poltrona e cruzou as pernas.


    Faith in Fate DH01_zpsd960fa01




    - Digamos que eu acredite em você... Um pouco. É uma história surreal demais para estarmos sóbrios. Mas conta mais, estou atenta.



    Sim, ela estava atenta. Por mais que parecesse displicente, algo fazia uma conexão na sua cabeça e até mesmo algum sentido. Seu olhar era o de uma leoa que apenas aguardava o momento certo e se ele a conhecia tão bem quanto achava que conhecia, deveria saber que não deveria desperdiçar a oportunidade pois ela era toda ouvidos.



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    Mensagem por Marcus Qui Mar 28, 2019 1:01 am

    Faith in Fate UC8FOTE

    Maldita... Como era boa com as palavras! Cada frase solta por Dominique Hughes era tão afiada quanto a ponta de uma faca – e essa faca o feria profundamente, perfurando seu peito e fazendo seu coração sangrar. A verdade é que, por mais que tentasse se preparar para aquele momento em que confrontaria a mulher que amava, a realidade era pior do que os cenários que pintou em sua cabeça.
    Mas fora sua escolha, certo? Ele optou por se aliar, uma vez que descobriu que ela já estava envolvida dos pés à cabeça na trama de Jacob Palmer e dos Arquitetos. Por um momento, além do desconforto e da dor em perceber como fizera Dominique sofrer, Derrick sente raiva. Como ela ousava colocar-se em perigo daquela maneira, depois de todos os sacrifícios que fez para mantê-la em segurança? Tudo que ela descrevia como sofrimento servia também para ele... Não foi uma opção de Derrick manter-se longe, por mais que Dominique acreditasse nisso.


    Faith in Fate 062vE5G
    - Tem certeza, Dominique? Acredita mesmo que quis ferí-la gratuitamente? Sei que tudo parece muito confuso agora, mas... – Olha para o lado, ciente do clichê que estava prestes a proferir. O mantra de todo homem em apuros. – Eu fiz tudo isso por você. Porra, Dominique! Você não se lembra como era?! Estávamos juntos, sim... Mas a que preço?

    A cada exemplo de perigo que enumerava, lembrava da cena perfeitamente em sua mente... E aquilo só aumentava sua raiva.


    Faith in Fate Du32e9L
    - Você foi feita de refém por um mutante psicótico, foi obrigada a fugir de seu lar, recomeçar numa fortaleza desconhecida, porra, enviaram até um míssil onde você tava apenas pra te eliminarem! Você percebe isso, Dominique? Desmantelaram toda uma fortaleza, perderam bilhões e bilhões de dólares apenas para te eliminarem. E, quando pensamos que estávamos a salvo, mandam o principal agente da Primatech em nosso encalço, enquanto montavam um dossiê manipulativo para te calarem. Você pegaria prisão perpétua, Dominique... Isso se não te condenassem à cadeira elétrica. Ou é por injeção letal nessa merda de fortaleza? Enfim, foda-se.

    Gesticulava com intensidade e sentia o volume de sua voz aumentar a medida em que avançava em seu discurso. Sabia que estavam expostos ali e até mesmo Vaclav poderia ouví-los do lado de dentro do bunker, logo opta por tomar conta de si para se expressar de uma forma mais discreta. O interessante é que Dominique não o interrompe por receio de serem ouvidos por terceiros; era como se ela quisesse aquela reação... Vê-lo sofrer assim como ela sofreu. Ela não entendia que ele sofreu tanto quanto ela, ou até mais, pois sempre soube da verdade. Apenas acobertava as lágrimas que derramava diariamente com a máscara do soldado Citizen.


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    - O incidente com o helicóptero foi uma oportunidade para dar uma vida para você novamente... Para que você sofresse, sim, mas que seguisse em frente em algum momento. Logo, Citizen surgiu, mais uma oportunidade. – Coça o rosto, repassando a explicação na cabeça para confirmar se estava fazendo sentido. – E-Eu não posso falar sobre isso. Iria envolvê-la mais ainda em algo que apenas lhe faria mal e te colocaria em perigo. É o oposto do que eu desejo.

    Felizmente, Dominique foca em outra questão: a capacidade de Derrick em reconhecê-la mesmo transmutada. Nesse momento, ele não consegue evitar um sorriso, ainda que tímido.


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    - Eu te reconheceria em qualquer lugar, mesmo que você estivesse com o rosto enrugado do Corey. – Aproxima a mão do rosto de Dominique, tocando na mecha de cabelo que ela frequentemente colocava atrás da orelha. – Você tem um jeito único que ajeitar o cabelo aqui, atrás da orelha. Além do mais, meu radar indicava mais uma presença mutante no local. A conclusão foi tão simples quanto somar dois mais dois.

    Aceita o convite de Dominique, se é que poderia chamar aquilo de convite, e segue atrás dela até a região mais discreta do bunker. Acomoda-se, acompanhando Dominique com os olhos. Encara o copo com o uísque, receoso, para depois desviar o olhar. Sentia-se numa entrevista com a Golden Girl, uma das jornalistas mais conceituadas da América. Estar naquela posição depois de tanto tempo era, no mínimo, curioso.


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    - Eu só descobri isso um ano depois de assumir a identidade de Citizen, graças ao acesso privilegiado da Primatech. Aparentemente, Richard... Ele temia algo que descobri por acidente. Me abordar como uma ameaça mutante foi a maneira que ele encontrou de me descreditar, caso eu viesse a público. Ainda desconfiados, os Arquitetos optaram por me incriminar, alegando que matei Richard Styles acidentalmente por conta de um marca-passo que foi desativado pela minha mutação. Se o cara tá mesmo vivo ou não, aí eu já não sei... Mas não duvido de nada, afinal eu continuo aqui, respirando e fazendo merda, não é?

    Sorri, mostrando brevemente uma faceta típica do Derrick de outro tempo.


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    - A questão é que eu nem sabia o que eu havia descoberto... Sabe quando você encara a floresta sem saber que o leão está à espreita? Foi tipo isso. Eu trabalhava em uma empresa que prestava serviços de monitoria de servidores para grandes companhias, como o L.A. Times. – Se ajeita na cadeira, esforçando-se para não olhar novamente para o copo de uísque. – E, basicamente, os Arquitetos fizeram uma movimentação milionária para o L.A. Times, talvez com o intuito de controlar o que era noticiado. A questão é que não havia remetente e destinatário pra grana, e eu não fui atrás de descobrir... Entretanto, pro Richard, eu sabia de tudo e logo abriria o bico. Não entendi muito bem na época e, por muito tempo, acreditei que o problema era mesmo minha mutação. Só depois tudo fez sentido.

    Levanta, andando até a extremidade do cômodo oposta à entrada. Apoia o corpo na parede, cruzando os braços e olhando para baixo, dando alguns segundos para que Dominique digerisse aquela notícia. O que Derrick não havia descoberto ainda, e sinceramente pouco importava, era se Styles sempre fora membro dos Arquitetos ou se ingressou no grupo posteriormente, por conta de uma possível similaridade de objetivos.


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    - Você acredita em mim, Dominique?

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