Shattered World
Marcus- Admin
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- Mensagem nº2
Re: Shattered World
_________Antes |
Prestes a desistir, ela volta seus orbes verdes para a rainha, segundos antes de perder a consciência. O tiro a atingiu no peito. A medida que via o vestido ser tingido de escarlate, a satisfação de Evelyn aumentava. E, de maneira imperceptível, suas células voltavam a encontrar resistência e um motivo para continuarem vivas. Finalmente, a agente veria um mundo livre de Katherine Harris II. Finalmente, teria paz. |
Sabia que teria o café preto e sem açúcar pronto em quinze segundos. Logo, vai até a outra extremidade da cozinha, abre a janela e, em seguida, volta para próximo da máquina. Sabia que aquele trajeto levava quinze segundos, incluindo o tempo de abrir a janela, pois já se pegara calculando a duração. Como esperado, já tem o café pronto na xícara assim que retorna, e sente a vida entrando em seu corpo quando sorve o primeiro gole. Respira fundo, apoiando o corpo na pia, já ciente do que viria a seguir. |
Infelizmente, aquele mundo tão belo e pacífico estava prestes a despedaçar... |
Marcus- Admin
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- Mensagem nº3
Re: Shattered World
Logo, porém, aquele momento que reunia um misto de provocação, admiração e amor dá lugar para uma sensação tortuosa de estranhamento. Ele sabia o que ela falaria, enquanto ela sentia muito pelo fato de ter a necessidade de trazer aquele assunto à tona. Doía demais, e por isso não conseguia guardar para si. Muitas vezes, a calma de Nate a acalantava, mas a última noite foi difícil. Talvez nem mesmo ele seria capaz de acalmar os mares agitados da mente de Ivy. Maldição... Teria que recorrer àquilo novamente. |
Enquanto isso, no mundo real, Nate coloca Ivy sobre a cama que levantara há menos de meia hora. Depois de cobrí-la, vai até o quarto de Melissa. Ajuda-a a guardar os livros e cadernos na mochila, e confere se a chave do carro ainda estava no bolso direito. Pedindo silêncio para a filha, atravessam o corredor, descem as escadas e rumam até a porta da área de convivência, que dava acesso à rua. Desativa o alarme do carro, abre a porta traseira e ajuda a filha a se acomodar no banco. Depois de atravessar o torso dela com o cinto de segurança, senta no banco do motorista e protege o próprio corpo com o mesmo apetrecho. Arruma o espelho retrovisor, encarando Melissa de soslaio através dele. |
Diane- Mensagens : 26
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- Mensagem nº4
Re: Shattered World
A ação deveria ser rápida e indolor. Rápida, pois a mulher não podia ver seu rosto e indolor para que não ficasse com a consciência pesada depois. Na verdade, ela sabia que não ficaria, estava fazendo aquilo por um bem maior. Ou não. O soco com a mão direita acertou o objetivo no rosto, atordoando e dando tempo de tampar seu nariz com um pano contendo clorofórmio. A vítima desmaia e é levada para um canto daquele ermo beco, tem suas mãos e pés amarrados, é vendada e as únicas coisas que pegam dela é o crachá e um tipo de pendrive próprio da empresa. |
Agora. Ajeitou a franja que ajudava a esconder parte do seu rosto, havia conseguido entrar no prédio por uma das saídas de emergência. Suborno era algo comum naquela época, então, oferecer uma quantia para um cara que trabalhava como terceirizado foi o menor dos problemas. Sendo assim, entrar foi fácil. Sair, talvez, fosse mais complicado. “Huan21saint3maxi89pat58amyones” Repetida incansavelmente, aquela era a senha que daria acesso ao que queria. O prédio estava cheio, desvia de um, outro e finalmente chega ao local que deseja. O Elevador a levaria para o 19° andar, a sala onde estavam guardados dados de todos os agentes que a Primatech já possuiu, possui e até daqueles que são alvos para virarem possíveis soldadinhos daquela máquina de opressão. A porta se abre e mostra a mulher um longo corredor com muitas janelas e portas. Ela precisava da sala 30. Enquanto andava, percebia olhares de estranheza, curiosidade. Se lembrou então da sua época áurea, onde a maioria dos olhares que recebia também envolviam desejo. De quando não precisava se esconder, podia fazer o que queria, quando e onde bem entendia que podia ser feito. Mas passou. Acabou e agora deveria se concentrar na missão. Encosta o cartão no leitor ao lado da porta e ela se abre. |
Abriu calmamente, tudo limpo. Seguiu pelo mesmo corredor de antes, um segurança veio em sua direção, a encarou e Kiara fingiu estar envergonhada. Quando ele passou, soltou um ‘ufa’. O pior de tudo naquela missão, era não deixar os sentimentos aflorarem, ninguém queria sentir frio e muito menos ela que a descobrissem. Sentiu a mão mais gelada e a pôs no bolso. Seus passos se tronaram mais apressados. Elevador, corredor, a saída estava próxima. Algo no ponto a informava o lugar de encontro. Ela sai do prédio. Sucesso na missão. Não esperava menos que isso. O carro estava parado na esquina, Virtanen entra nele. |
Marcus- Admin
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- Mensagem nº5
Re: Shattered World
A viagem, feita pelo navio da Goods 'n Stuff, levou mais de dez dias para ser concluída. Luke aproveitou esse tempo para mapear Cleópatra e, assim, economizar o máximo de tempo possível. Quanto mais ficassem ali, maiores seriam as chances de captura - e, pior do que estar sob o domínio dos endiabrados da American Iniciative, era ver-se enjaulado pela Primatech. Felizmente, o planejamento surte efeito e, em menos de duas horas depois de atingir o solo egípcio, Luke identifica a base da Primatech. |
Marcus- Admin
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- Mensagem nº6
Re: Shattered World
1.30 - O nascimento de Melissa ocorre em casa, num processo chamado parto humanizado. Naquele século, os hospitais ofereciam um perigo gigantesco para recém-nascidos e grávidas por conta da infecção mutante, logo o recomendado era que o parto fosse organizado em casa, com o auxílio de parteiras profissionais, uma profissão que ganhava muito destaque nos novos tempos. |
5.00 - Melissa tem seu primeiro dia de aula. A escola, situada dentro do condomínio fechado em que Ivy morava, parecia ser muito bem equipada e frequentada. Uma jovem de vinte e poucos anos esperava na entrada, com um sorriso convidativo nos lábios, pronta para receber a mais nova aluna. Melissa levou quase um mês para se acostumar com a rotina escolar. O vigésimo oitavo desse período foi o primeiro dia em que ela não derramou uma lágrima sequer para sair de casa. |
12.00 - Ivy toma a primeira pílula, como parte de um tratamento para uma esquizofrenia até então não identificada. Sonhava com mundos paralelos, onde se vestia com uniformes de couro bem apertados, botas de cano longo e óculos escuros. Seu cabelo era mais curto, talvez por praticidade. Nate, entretanto, garantia: ela nunca cortou o cabelo, ao menos não naquele comprimento. Além disso, sempre morou naquele belo lugar, numa família bem abastada que a preparou para ser a mulher que era hoje. A melhor vida que poderia pedir para Deus... |
21.00 - Permanece três ou quatro horas acordada. Numa época em que estava demonstrando avanços no tratamento, via-se de pé por quase seis horas. Aquela conquista era comemorada junto do marido e da filha. Ivy pergunta se não poderiam viajar para a fortaleza de Huângi, pois sempre gostou muito da cultura do país. Estranhamente, Nate se enfeza e pergunta se a vida de Ivy não estava completa o suficiente. Não sairiam do condomínio; aquele era o melhor lugar do mundo. |
23.59 - Agora. |
Diane- Mensagens : 26
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Re: Shattered World
Marcus- Admin
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- Mensagem nº8
Re: Shattered World
Enquanto dava alguns pedaços de informação que sequer se complementavam e serviam apenas para aumentar a ansiedade de Kiara, sua cabeça já traçava um novo planejamento para descobrirem o paradeiro de Ivy. Repentinamente, retira o celular do bolso e faz algumas buscas rápidas. Em aproximadamente vinte segundos, descobre o número de telefone que precisaria discar. Sem dar mais detalhes para Kiara, aproxima o celular da face e sauda após dois toques a pessoa do outro lado da linha. |
Oidleal- Mensagens : 3
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Re: Shattered World
- Já estou saindo, Miguel. Desculpa. – Responde paciente ao bater na porta. Odiava levar trabalho para casa, mas naquele dia seria impossível não levar o Notebook. |
Levanta, põe suas coisas na bolsa, o aparelho vai junto, deliga as luzes e sai do lugar. O segurança já não estava mais ali, segue até o elevador e depois de alguns minutos chega ao térreo. Acena para os seguranças e faz o caminho de todo dia até a porta do prédio, o carro já a esperava com destino fixado, seu apartamento. Entra no carro, ‘Boa noite’, silêncio.
Rotina.
Chega ao seu ponto. Agradece, deseja boa noite. Outra entrada, outro elevador. Finalmente casa! Nessa noite duas coisas quebraram sua rotina: Primeiro, o trabalho que estava terminando em sua casa, aconchegada em sua cama. Depois o telefone que toca.
Entretanto, não é qualquer Telefone. É aquele que salvou sua vida anos atrás. Valentine vira levemente a cabeça para a cômoda ao lado da cama, era ali que ela deixava escondido. Não tinha medo de atender, estava mesmo era sem paciência para reorganizar seus planos caso a ligação pudesse estraga-lo de alguma forma.
Um misto de impaciência com curiosidade a faz tirar o pequeno aparelho da gaveta. Olha o nome na tela e rir.
- Luke? – Ela sorri logo que obtém a resposta. – Eu sei quem é, não dá para esquecer... |
Kampfer nunca esqueceria a pessoa que a ajudou a evoluir, a melhorar. Luke teve a paciência de ensina-la a pegar numa arma e até mesmo se defender, assim como conseguiu ajuda-la a desenvolver melhor sua mutação até controlar certos aspectos.
Kozseran a lembrava passado. Accioli, Kiara, Elliot... Katherine. Coisas boas e ruins. Lembrava que ela fugiu de Maximale sem dar nenhuma explicação a ele. Tornaram-se amigos, mas a forma como ela foi embora, parecia que ele era apenas uma peça para se usar e jogar fora.
- Será é? Diga logo, o que você quer de mim? - Escutava com atenção. Sorte ou destino. Escolha a opção que lhe for mais sensata. Valentine, justamente naquele dia, estava com o notebook do trabalho em casa. – Saudades de você? Hahaha. Não. Para de falar isso perto da Kiara. Ela já ficava furiosa quando a gente treinava, se você ficar falando isso, na próxima vez que nos encontramos, certamente ela me mata. Calma ai, achei algo. |
Os dedos trabalham rápidos, acessam o sistema e digita as palavras. Enquanto isso no telefone, Luke explica o que está acontecendo. Bingo!
- Koz, eu tenho pouca coisa aqui também. A ultima pessoa que a viu, que teve um contato com Ivy ... – Faz uma pausa. – Foi a Amelia. Isso já faz uns dois anos. Mas perai... |
Valentine continua a pesquisar no banco de dados, enquanto escuta Luke do outro lado do telefone.
Marcus- Admin
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Re: Shattered World
Era para ser uma missão simples. Não esperava encontrar tantas perguntas sem respostas, tantas pontas soltas e encontros secretos que poderiam evidenciar claramente uma conspiração. Será que Amelia e Ivy conspiravam contra a Primatech, e por isso foram eliminadas? Será que era a Primatech a responsável por isso, ou a American Iniciative estava envolvida? Até considerou o misterioso grupo Nexus, porém eles não apresentavam esse tipo de medida em seu histórico. Tinha algo mais ali, e os dedos de Luke buscavam incessantemente, ávidos por alguma informação que desse um norte àquela investigação. |
Oidleal- Mensagens : 3
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Re: Shattered World
Segurava a maçaneta da porta do carro, sentia seu corpo ficar mais gelado que o normal, aos poucos as mãos começavam a ser envoltas por gelo. Ela fechava os olhos, tentava se concentrar em outra coisa. As coisas vão ficando distante, sons, luzes, até que se vê no escuro e em silêncio, um suspiro fundo e calmo. Abre os olhos, uma cena curiosa passa, uma recordação. “Respira fundo, calma. Você tem que se acalmar, Kiara, ou vai acabar se matando.” Sua mãe segurava na mão de uma jovem adolescente que acabava de descobrir seus poderes. |
Marcus- Admin
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Re: Shattered World
Desperta do mesmo pesadelo de sempre. Tudo era engolido pela escuridão, seguido da nítida imagem do cano da arma se aproximando de sua testa. Ela mesma segurava aquele modelo antiquado de Beretta, similar ao que usou quando pisou pela primeira vez em Save the Queen. |
Levanta, com a visão levemente turva por conta da dor de cabeça. Save. the. Queen. Save. the. Queen. Aquelas palavras surgiam em sua mente com tanta intensidade que se assemelhavam a um pedaço de concreto sendo jogado contra sua cabeça. O que essas palavras significavam? Reflete enquanto coloca o roupão, descendo as escadas de acesso ao térreo em seguida. Vai até a porta e lá permanece, estática, por alguns segundos. Lembra-se que a mesma era trancada através de um dispositivo de voz que só poderia ser desativado por Nathan. Ele devia falar seu nome completo e, apenas assim, a porta se abria. |
Ivy aproxima o celular e dá o play na gravação, posicionando-a especificamente na parte em que o marido dizia seu nome completo. O dispositivo reconhece o timbre e as palavras-chave, destrancando assim a porta. Assim que dá o primeiro passo para fora da casa, sente a brisa fria no rosto e, em seguida, tem a mente invadida por uma imagem estranha: uma mulher com os fios de cabelo pretos na altura dos ombros e uma roupa provocante criando gelo as partir das próprias mãos. |
Esforça-se para focar na fuga, mas logo a imagem de Melissa surge à sua frente, gigantesca como um quadro exposto no Louvre. Iria deixá-la sozinha enquanto fugia? Logo, ela percebe que Melissa já foi um empecilho em uma tentativa de fuga anterior, e se convence a continuar. Nate ficaria com ela e, logo, buscaria pelos dois. |
Apesar disso, sente-se segura na direção. Era como se aquela habilidade estivesse adormecida, e despertasse justo no momento de necessidade. Pisa no acelerador com força e trafega pelas ruas do condomínio, ultrapassando o limite aceitável de velocidade para aquela área. As casas tornam-se borrões de cores creme e vermelha, visto que eram todas exatamente iguais. Aquele lugar não parecia ter vida alguma, pois não havia sinal de luz ou movimentação, fosse nas casas ou nas ruas. Ao chegar no limite do condomínio, avista uma cancela, seguida de um gigantesco portão de ferro. Ao lado, nota uma cabine, de onde sai um homem vestindo trajes azuis e um chapéu. Quando se aproxima um pouco mais, é possível ver que era um segurança uniformizado ou simplesmente o porteiro do lugar. O que falaria para ele? Que decidiu sair para comprar leite depois da meia-noite, usando roupão e pantufas? |
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Marcus- Admin
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- Mensagem nº13
Re: Shattered World
Um barulho alto e incômodo pode ser ouvido; o condutor do Jaguar usava a buzina para chamar a atenção, mas, ainda assim, o segurança não desvia o olhar e a BMW não se move. Ambos estavam absortos em sua própria situação que, num primeiro momento, não caminhava para uma solução. Muito pelo contrário: o segurança direciona o imenso farol construído acima do portão de acesso do condomínio para a BMW e, consequentemente, para o Jaguar, numa clara tentativa de intimidação. |
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